Ciência e tecnologia marcam um novo momento do café brasileiro

A cafeicultura brasileira passou por uma evolução significativa nos últimos anos. Novas tendências e métodos de consumo contribuíram para essa transformação. Atualmente existem muitos sabores e variedades de café, com técnicas distintas que promovem uma cafeicultura cada vez mais diversa.

Um dos principais fatores dessa transformação foram os processos de pós-colheita, que evoluíram permitindo inúmeras inovações do campo até a xícara.

Prova de café especial em fazenda parceira da Nucoffee
Todas as inovações refletem na xícara, as muitas possibilidades para o café brasileiro 

“O que mais me chama a atenção é a difusão do conhecimento até o produtor. Tenho visto vários cafeicultores usando informações e técnicas que foram desenvolvidas na universidade há mais de 20 anos. Hoje, essas práticas se tornaram de domínio público, métodos que no passado eram impensáveis de serem aplicados”, ressalta o professor e pesquisador da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Flávio Borém.

Inovações na prática

Café cereja ou verde para uma bebida melhor? Na prática, as técnicas de pós-colheita oferecem muitas possibilidades ao cafeicultor, sendo a geração de mais valor ao grão, a principal delas.

Em parceria com a Universidade Federal de Lavras, a Syngenta Brasil apoiou diversas pesquisas científicas que têm transformado a cadeia produtiva do café. Um desses estudos resultou no Nucoffee Versatians.

Colheita de café em fazenda parceria da Nucoffee
As inovações têm garantido novos espaços para a cafeicultura brasileira no mundo 

O professor Flávio Borém é o pesquisador que auxiliou no desenvolvimento da tecnologia que permite a otimização da janela de colheita, sendo possível adiantar em até 30 dias.

Entenda o café Nucoffee Versatians

A tecnologia permite que os grãos sejam colhidos imaturos (verdes), reduzindo o café de chão, que teria a qualidade comprometida. 

A colheita antecipada permite que a reserva da planta potencialize as próximas floradas e consequentemente aumente a produtividade nas safras seguintes. O processo já é destaque em algumas fazendas, e com a utilização da tecnologia foi possível reduzir a queda de cafés no chão e garantir pontuações acima de 80.

A inovação resulta em uma bebida de alto valor, especialmente no segmento de cafés especiais.  O amargor e a adstringência dos frutos imaturos são eliminados durante o processo e não impactam no sabor final da bebida.  A tecnologia Nucoffee Versatians elimina essas características negativas, agregando doçura e acidez na medida certa, além dos benefícios dos ácidos clorogênicos e compostos antioxidantes que trazem ganhos excelentes para a saúde.

“Estamos falando de uma técnica que permite a produção de café especial com apelo de ser extremamente benéfico para a saúde”, destaca o professor Borém.

Desafios para o Brasil na pós-colheita

Apesar dos avanços na cafeicultura brasileira, ainda existem muitos desafios a serem superados. A difusão do conhecimento e a adoção de boas práticas são essenciais. De acordo com o professor Flávio Borém, muitos produtores ainda perdem valor devido a uma pós-colheita inadequada. Segundo ele, as novas tendências precisam reduzir custos e serem sustentáveis.

Café pronto para colheita em fazenda parceira da Nucoffee no Sul de Minas Gerais
O Brasil já avançou bastante nos processos de pós-colheita, no entanto, ainda enfrenta alguns desafios para seguir avançando

“Precisamos de equipamentos com menor consumo de energia, que ofereçam maior fluxo e possibilitem escoar a safra de forma mais prática. Mesmo com tantos avanços, a pós-colheita continua sendo um grande desafio para o produtor durante todo o ano”, explica o professor Borém.

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O próximo passo da pós-colheita no Brasil

Embora ainda seja cedo para prever os próximos 20 anos da cafeicultura, é importante lembrar que o futuro está sendo construído hoje. Para o pesquisador Flávio Borém, o Brasil pode evoluir muito na secagem dos cafés, um ponto chave para a qualidade do grão.

“A secagem é um dos principais gargalos tecnológicos para o escoamento da safra. Considerando o tamanho da produção brasileira e que a maior parte dela é secada ao sol, realmente precisamos evoluir. Nenhum outro produto agrícola passa por um processo que demora de 200 a 300 horas para ficar pronto.”

Terreiro de café cheio de grãos durante a colheita, mostrando o poder da tecnologia que revolucionou a cafeicultura
A secagem está entre um dos processos de maior importância na pós-colheita 

O processo lento dificulta a homogeneidade, qualidade e uniformidade dos grãos. Para Borém, o maior desafio do Brasil nos próximos anos será desenvolver tecnologias de secagem que sejam economicamente viáveis, ambientalmente corretas e que ofereçam um produto final de alto padrão.

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.

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